Aventuras de uma Adelaide de Salto Alto

"Pede direeeeito" berrava o gênio do guarana antarctica na minha cabeca quando o avião aterrissava em Asuncion. Pois é, acabei ficando em são paulo, mas a quase mudança pro Paraguai libertou minha porção verborrágica. Então aí está: aventuras de uma Adelaide de Salto alto em terras paulistanas. Mano.

Saturday, February 19, 2005

De volta para o futuro (alheio)

Vida tem trilha sonora. E não adianta, sempre que a gente está triste, acaba cantando Sade, Billie Holiday ou mesmo Ana Carolina, se sentindo confortada por que alguém nos entendeu e também sabe o que é sofrer. Por outro lado nada melhor do que cantarolar "don´t worry, be happy" na cabeça, quando o fim de semana com o namorado foi ótimo e você está recebendo um esporro caprichado da chefe na segunda-feira.

Tem música pra fim (e começo) de namoro,músicas inspiradoras pré-balada, música pra noites de saudade e pra noites de matar saudade.

Uma das melhores coisas, no entanto, é lembrar da trilha sonora da adolescência. Quem não tem aquelas músicas que nos fazem lembrar das tardes de matinê (as minhas eram no Resumo da ópera) quando ainda não se tinha idade (ou identidade falsa) para entrar em uma danceteria a noite? Ou das músicas do Legião que nos levam direto para noites de verão na praia, fogueira e violão? E tem também as músicas mais tocadas nos recreios musicais, quando se cortava o som (em troca de vaias enfurecidas) para que voltássemos pra aula. Minhas memórias de adolescência estão cheias de A-Ha, Erasure, Guns N´ Roses (acompanhei todas as fases: quando o Axl tinha voz, depois quando ele não tinha mais, depois quando ele usava shorts brancos e a voz dele era tema secundário) e (vergonhosamente preciso dizer) Milly Vanilly.Lembrar dessas coisas rendem noites inteiras de risadas com os amigos, em um barzinho qualquer, tomando cerveja.

Mas ontem eu saí pela noite de Asunción e fui, rodeada dos meus mais novos amigos paraguaios, para uma balada paraguaia: a Coyote. E era noite retrô.

Entrei no lugar: grande, bem decorado, ala vip, open bar, gente bonita.

A cada virada do DJ, que emendava um clássico no outro, a pista toda vibrava, dançava e berrava **TECLA SAP** "ooolha essa! lembra disso! nooooossa!" **TECLA SAP OFF** e eu ali, impassível. Peixe fora d´água, não reconhecia uma só música. Passei incólume aos sets "clássicos do vallenato" e "as melhores Bachatas dos anos 80 e 90". Começou e terminou os "Top Cumbia Hits e nada. Pra ser ainda mais sincera, mal distinguia um ritmo do outro.

De repente tocaram 30 segundos de Paralamas: "Uma Brasileira" e lá fui eu berrando feliz com todo mundo(sim, eles também faziam coro): "One more ta-a-aime, one more ta-a-aime, one more ta-a-a-a-aaime". Nunca me senti tão pós-adolescente e tão brasileira: eu e os paraguaios.

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