Virou fenômeno.Desde Agosto do ano passado, braços de famosos e moderninhos americanos passaram a ostentar um bracelete amarelo, feito de borracha aonde liam-se as palavras "Live Strong" em baixo relevo.
Trata-se da campanha para obtenção de renda da
Lance Armstrong Foundation: desde 1997 fundada para ajudar pessoas com câncer viverem melhor. A campanha recebeu muita atenção da mídia e o acessório virou peça de desejo, chegando a um pico de vendas de 33 milhões de unidades até hoje.
Mas aí começaram a pipocar por aí, um bando de genéricos caridosos. O
The one campaign, que vende-os por um dólar, fez braceletes brancos para ajudar no combate a pobreza e fome. Vale dizer que apesar da causa ser linda, a campanha de marketing é lamentável. Traz fotos de crianças africanas abraçadas pelo Brad Pitt, embaixador da causa. No material publicitário ele aparece em foco enquanto uma sombra preta esconde as crianças o máximo possível. Talvez não fossem fotogênicas o bastante? Deve ser a fome, não?
Voltando ao assunto, depois surgiram outros, banalizando um pouco o ítem: braceletes azuis, para ajudar as vítimas do
Tsunami, laranjas, para ajudar pessoas com
AIDS, rosa contra o Câncer de Mama e os de arco-íris contra o preconceito sexual. Tentando ainda lucrar com o momento, lojas hoje nos EUA vendem braceletes com inscrições "Jesus Me Ama", e "Deus abençoe os Mortos" (não entendi se os mortos em questão são desencarnados em geral ou os excluídos por todos os outros braceletes.)
O problema atualmente é que o número de cores é limitado e de causas nem tanto.
Virou uma zona: hoje se vê pessoas na rua e não se consegue entender que causa elas defendem (ou atacam) com seus braceletes. Verde, por exemplo, traz suporte a causas como: medula óssea, depressão, causas ambientais, transplante de órgãos, retardamento mental entre outros. Os braceletes viraram o equivalente fashion ao óleo de côco de Porto Seguro, cujo vendedor garantia que curava desde câncer de pele, unha encravada até impotência sexual.
E não conseguem mais atrair atenção para as causas defendidas, apenas para quem as veste. Virou marketing pessoal. Daqui a pouco vira bairrismo, que nem torcida de futebol:
-Hum, você é um cinza? Eu sou vermelho desde pequenininho!