Aventuras de uma Adelaide de Salto Alto

"Pede direeeeito" berrava o gênio do guarana antarctica na minha cabeca quando o avião aterrissava em Asuncion. Pois é, acabei ficando em são paulo, mas a quase mudança pro Paraguai libertou minha porção verborrágica. Então aí está: aventuras de uma Adelaide de Salto alto em terras paulistanas. Mano.

Wednesday, March 09, 2005

Money for nothing and the chicks for free

Um dos últimos grandes casos de lançamento de produto que eu vi foi o Security Glass da 3m. Para demonstrar a resistência do produto eles montaram um ponto de ônibus feito desse vidro, que deveria ser praticamente inquebrável, cheio de maços de dinheiro por dentro. Além de causar espanto aos desavisados que passavam na rua, a demonstração ao vivo dos atributos do produto rendeu matérias em jornais, pra dizer o mínimo. O negócio é que do outro lado da rua havia uma câmera de segurança de longo alcance que registrava as reações dos transeuntes: entre elas porradas com bastões no vidro, voadoras, chutes inconformados, etc...
Agora, quem já viu "Tiros em Columbine", documentário do Michael Moore ou mesmo South Park, sabe que o Canadá, aonde foi montado o ponto de ônibus, é um dos países com menor índice de armas de fogo por pessoa no planeta. Vai fazer isso no Rio. Ou em São Paulo. Se não conseguirem arrebentar o vidro a tiros, tenho certeza que alguém dá um jeito de arrancar o ponto de ônibus inteiro.
Porque os nossos delinquentes também são mais criativos que os outros.

E dou fé

Segmentação de tribos é coisa que sempre existiu. Tão bem retratada nos filmes esteriotipados de High School americanos onde os garotos "cool" (formados por atletas e líderes de torcida) não se misturam com os nerds (normalmente membros do clube de xadrez) na mesa do almoço, ela não é uma exclusividade da terra de Tio Sam. Afinal, quem nunca passou um recreio aonde metaleiros, maconheiros e patricinhas se estranhavam de pontos estratégicos do pátio?
A gente foi crescendo e as denominações foram apenas mudando. Surgiram os grunge, os plínios (referência ao Plínio da turma do Bolinha/Luluzinha que, além de arrumadinho era também rico) e outros grupos providos até de entonação regional.Os coquinhos paulistas são os paraíbas cariocas e assim vai.
E por falar em cariocas, a gente precisa admitir que eles sempre foram uns dos povos mais criaticos em matéria de segmentação humana. Vem dos hpmens dos subúrbios cariocas a criação das popozudas, preparadas e cachorras que assolou o país.
Mas aí as mulheres resolveram contra-atacar e criar, elas mesmas, sua auto-denominação. E é por isso que hoje se ouve, em bailes funks cariocas o grito "Quem é amante aqui levanta a mão!" E sim, elas admitem.
Hoje os bailes se dividem entre amantes e de fé. Amantes, são auto-explicativas e gritam, cheias de orgulho que ficam com o melhor dos homens."Eu sou amante porque eu posso. Falo isso com orgulho. O marido não é seu. O marido agora é nosso". E as de fé, também chamadas de cornas mesmo, são as casadas com as primeiras. E se defendem, cheias de panca, dizendo que as outras não são mulheres o bastante para serem assumidas.
Nessa toada, dizem que a maior atração da noite são os duelos (de rimas) entre as duas facções.
Será que elas não entenderam que estão se rotulando apenas pelas condições que as ligam aos homens? Dava pra se valorizarem mais, não dava não?
Mais especial mesmo é uma terceira facção que nasceu a partir dessas: é a, rufem seus tambores "Lanchinho da Madrugada", isso mesmo, aquele quebra galho que se come no final da balada.
E eu que tinha dó do cara que tocava tuba nos filmes da Sessão da Tarde,...

Friday, March 04, 2005

close your eyes and I´ll be on my way

so kiss me and smile for me
tell me that you´ll wait for me
hold me like you´d never let me go
´cause I´m leaving on a jet plane, don´t know when I´ll be back again
oh babe, I hate to go!

gata borralheira-samurai

Os bebês japoneses são pobres mas são limpinhos. Acabaram de desenvolver um Tip Top para "engatinhadores" nipônicos com escovas na parte de baixo. A mecânica é: a dona de casa passa a cera, a criança vai engatinhando e escovando. Cada um faz a sua parte.
E tem gente que ainda diz que os bebês não servem pra nada.

era pegadinha

Me disseram (depois de 02 meses) que meu visto estava liberado e iam me deixar entrar no Paraguai. A demora foi justificada com a seguinte frase: "como ninguém nunca pede visto pra cá estamos aprendendo com o seu caso".
Mas depois desfizeram o equívoco. Meus documentos foram liberados pelo consulado Paraguaio no Brasil. Agora isso precisa passar por uma consistência com o Ministério Paraguaio X no Paraguai. Próxima etapa: mais dois meses. E depois a gente ainda acha que burocracia é produto tipo exportação brasileiro.
É isso galera: feijoada, pagode e futebol farão parte do meu vocabulário mais um pouquinho.
Só posso intuir, por essa demora toda que eles estão atacando o contrabando por categoria de produto. A primeira a ser fiscalizada é a de materiais humanos. O resto ainda passa incólume.

Thursday, March 03, 2005

post só pra mim

Passou a mão pelos cabelos pela milésima vez. Soltou um suspiro. Mãos geladas, coração apertado.Passou do site de temas engraçadinhos para o site de textos sérios e de volta para o de amigos num piscar de olhos. Estava aprendendo a zapear na internet.
"Quem sabe inventar um scanner de sites para quando se está impaciente seja uma boa. A pessoa não consegue se concentrar, muito menos dormir, pára em frente ao monitor e ativa o bichinho. Ele te dá 15 segundos de sites diversos - excluem-se os de busca e os pornôs - e a pessoa pára quando quer"
Écati, essa mania de inventar produtos esdrúxulos têm que parar. Vou arquivar a idéia do scanner de sites junto com o auto-fazedor-de-cafuné e o banquinho-portátil-para-longas-caminhadas (tá bom, esse é dos japoneses, mas eu achei genial).
Tamborilou as unhas vermelhas muito bem feitas no móvel. Mordeu uma por uma, porque tinha fome de carinho.
Menininha invocada. Invocada e impulsiva. Impulsiva e equivocada. Equivocada e apaixonada.

Porcos e diamantes

É videogame ao invés de bola. Televisão ao invés de amigo. Sofá ao invés de árvore.
Como vão ser as crianças de hoje quando chegarem na nossa idade?
Como vão mandar e-mails nostálgicos um para o outro, se eles não compartilham brincadeiras? Eles passam longe do nosso Pogo-bol, bafo e jogar taco então, nem se fala.
Além do perigo das ruas que as deixam enclausuradas em casa na frente do videogame, as crianças hoje têm agenda: natação, informática, inglês. E elas encaram como trabalho mesmo, com a seriedade que os pais impõem quando falam:
-meu filho, isso custa caro, tem que levar a sério, hein?
Em outra realidade, aprovaram uma lei na Finlândia que obriga a todos os criadores de porcos do país a terem uma área com brinquedos para os porco brincarem livremente. É o tempo livre dos porcos, onde ninguém mais pode interferir.
Essa medida foi resultado de uma pesquisa que mostrou que porcos que brincam são menos estressados, mais pacíficos, de bem com a vida e consequentemente têm a carne mais macia.
Acho que na minha próxima encarnação não quero vir criança, quero chegar porco finlandês.